terça-feira, 8 de maio de 2012

O que eu aprendi com o Woody.




Woody sabe muito das coisas da vida e não entende nada delas também. Sei lá, acho que com a maturidade vem aquela sabedoria que diz que é melhor levar as coisas numa boa. O que quer que funcione pra continuar seguindo, sabe? E o ensinamento mais importante que a idade traz, acho que é a valorização dos instintos, das vontades, dos pensamentos e principalmente: O lado cômico que existe no drama – e em todas as nossas tramas.
Mas ele também é muito mais do que isso. Mais até do que o conhecido e notório cara sábio que assume não saber de nada, cheio de prêmios (que ele nunca foi buscar) ou com filmes que não honram seu gênero (assistam uma comédia do Woody e me digam: Não foi o drama mais dolorido e profundo da sua vida?)... Quando olho para o trabalho dele, os livros, as músicas e os roteiros, não sobra nada para defini-lo, só uma admiração que cresce a cada palavra que leio ou assisto. A loucura do Woody é que ele tenta exprimir tudo que sente em suas vontades, desejos e desesperos. Como quando ele casou com sua enteada, deixando a sociedade abismada pra hoje o tempo confirma o que ele já dizia: não foi capricho. Foi amor, estão juntos até hoje. E ele teve que enfrentar tudo que a sociedade defende em nome de seus ideais e do amor. Ele seguiu em frente mesmo sendo taxado de “imoral” – e você não sabe como isso pode pesar no travesseiro de alguém. Todos os dedos que apontavam pra ele e tudo que ele passou só pra conseguir viver e ser do jeito que realmente é... Acho até poético. Toda coragem e covardia - o dualismo que existe em todos nós e fica escondidinho, mas que o Woody estampa na testa. É que, a meu ver, somos assim: Queremos agora, mas amanhã não sabemos se queremos mais e depois de amanhã nós queremos (e muito!) de novo. Não é na-da fácil assumir isso. Temos esse pensamento idiota de que a sociedade nos prezará mais se nos mantivermos estáveis. De que isso dá indício do quanto somos bons, saudáveis e podemos crescer... É ridículo. E mais: Não é nada agradável ver um ser humano se matando aos pouquinhos, deixando o que realmente quer e gosta de lado pra viver um mundo de fantasias onde sempre falta alguma coisa.
E essa coisa que falta é a essência da pessoa. Mas tudo bem, porque nem todo mundo aceita ser incoerente e dualista. Nem sei se eu mesma digeri por completo esse prato pesado, mas sei que ao não assumir que somos todos incoerentes, fechamos a porta do novo, da mudança, da evolução, pois ser coerente implica em constância, e constância implica no mesmo de sempre. Viu? Vale muito mais ser você mesmo nesse mundo cheio de robôs padronizados vivendo suas vidinhas miseráveis e se gabando de suas ações politicamente corretas... Nossas vontades não surgem de lugar nenhum, vem do nosso âmago, do desconhecido... Por que não honrá-las? Por que não honrar o que somos e o que pensamos? Tenho certeza que quando vivemos aceitando nossa essência e quem realmente somos ou o que queremos, nossa alma fica, pelo menos, quarenta quilos mais leve.


O nome desse texto é “O que aprendi com Woody Allen” e após lê-lo, não acho que tenha muito sentido. Vou encerrar então com o que acho que tem todo sentido do mundo:
“Os quarenta quilos que quero perder"
E fim.

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